Gerdau Está Otimista Com Eleição nos EUA e Defende Reforço de Proteção do Brasil
A eleição presidencial dos Estados Unidos, que resultou na vitória de Donald Trump e na continuidade do controle republicano no Senado, trouxe novas perspectivas para o setor de aço, em especial para a Gerdau, uma das maiores empresas siderúrgicas com operações na América do Norte.
Para a Gerdau, o novo cenário político poderá beneficiar a demanda de aço nos Estados Unidos e impactar positivamente seus negócios na região.
Valorização do Dólar e Proteção à Indústria Local
Rafael Japur, vice-presidente financeiro da Gerdau, comentou que a postura protecionista do governo Trump pode impulsionar a valorização do dólar, o que favorece os produtores de aço dos EUA, dificultando a entrada de produtos importados no país.
Essa valorização beneficia a Gerdau, pois encarece as importações e amplia as oportunidades para os produtores locais de aço.
“Estruturalmente, para nós, um dólar mais forte é positivo. No Brasil, importações ficam mais caras, o que torna a entrada de produtos estrangeiros mais difícil”, afirmou Japur. Além disso, a Gerdau possui uma posição mais vantajosa devido ao dólar alto, que fortalece sua competitividade.
A produção da Gerdau no Brasil é principalmente baseada na rota elétrica, que utiliza sucata como matéria-prima ao invés de minério de ferro e carvão, que são commodities dolarizadas.
Esse modelo de produção permite à Gerdau maior flexibilidade em um cenário de dólar valorizado, uma vez que a empresa é menos impactada pelo custo de matérias-primas dolarizadas, ao contrário de outros grupos siderúrgicos.
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Preocupação com o Aço Chinês e Medidas de Proteção Comercial
Com as medidas protecionistas esperadas do governo Trump, que visa fortalecer a indústria siderúrgica americana, cresce a preocupação do Brasil com o possível redirecionamento de produtos siderúrgicos da China para o mercado brasileiro.
Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, destacou a necessidade de o Brasil reforçar suas próprias barreiras comerciais contra as importações de aço, em especial as chinesas.
Segundo Werneck, o Brasil deveria impor uma sobretaxa de pelo menos 35% sobre o aço chinês e ampliar a lista de produtos siderúrgicos protegidos por medidas de defesa comercial.
Ele observa que, mesmo com a sobretaxa de 25% atualmente aplicada, a China continua a exportar aço para o Brasil, o que pode intensificar-se caso os Estados Unidos aumentem suas restrições comerciais.
“A China tem exportado aço para o Brasil mesmo com a sobretaxa de 25% em vigor”, explicou Werneck, enfatizando a importância de medidas adicionais para proteger a indústria local. Com a proteção dos EUA ao setor siderúrgico, é provável que o aço antes destinado ao mercado americano seja redirecionado para outros países, incluindo o Brasil, o que pode sobrecarregar o mercado doméstico.
Resultados do Terceiro Trimestre da Gerdau e Estratégias Futuras
Além de discutir os impactos políticos, a Gerdau também divulgou seu balanço financeiro do terceiro trimestre de 2024, apresentando resultados que refletem tanto os desafios quanto as oportunidades geradas pelo cenário econômico atual.
A empresa destacou a solidez de sua operação e o foco em estratégias que aumentem a eficiência e competitividade no mercado global.
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